Categoria: Heráldica Brasileira

Quanto custava um brasão no Império?

Há alguns dias, no Grupo do Facebook, perguntaram sobre o brasão de um nobre do Império. E em busca desta resposta, tropeçamos num dado interessante, sobre o qual decidimos nos debruçar hoje. A verdade é que no império, a Heráldica não era concedida a título gracioso, e nem todo nobre registrou armas para o seu título, pois não custava barato.

Em 1860, o registro de um brasão podia custar o equivalente até quase 600 mil réis, ou 600 gramas de ouro.

Fazendo a conta com o valor do preço do ouro nos dias de hoje, é uma soma astronômica, de fato. Há, sem dúvida, inúmeros fatores que temos que considerar aqui, entre eles a inflação, o preço do ouro, etc. etc. Mas eu deixo esses fatos econômicos para quem puder melhor tratar deles. Por ora, trabalharei com os dados coletados por Anibal de Almeida Fernandes, 4º neto do Barão de Cajuru, que nos traz algumas informações sobre a economia em seu “Estudo comparativo entre quatro fortunas do Império Brasileiro na década de 1860” (2011):

O primeiro dado para o qual atentamos é que “em 1860, 1 conto de réis (1:000$000=1 milhão de réis) comprava 1 kg. de ouro” e “para ser nomeado Senador do Império o interessado tinha que comprovar uma renda anual de 800$000.” Guardemos esta localização histórica e temporal.

O número de nobres sem brasão (como o Barão de Croatá) no Archivo Nobiliarchico Brasileiro supera por muito o de nobres armígeros.

Para não nos fixarmos no padrão-ouro, buscamos um outro estudo, que tratasse de valores. Um excerto da “Evolução dos preços e do padrão de vida no Rio de Janeiro, 1820-1930” (1971), da Revista Brasileira de Economia (FGV), nos apresenta alguns salários anuais: Um imigrante trabalhando numa fábrica de velas ganhava 10 mil réis mensais (em 1861), um Mestre Pedreiro livre ganhava 44.120 réis mensais(em 1863). Um professor de primeiras letras aprovado em concurso, no melhor dos casos, ganhava pouco mais que 40 mil réis mensais (500$000 anuais, de acordo com a Lei das Escolas de Primeiras Letras, de 1827).

O valor da carta de brasão era mais de dez vezes isso

Pedro Moniz de Aragão, diretor do Arquivo Nacional responsável por publicar o ‘Catálogo da Exposição de Modelos de Brasões e de Cartas de Nobreza e Fidalguia (1965), conta-nos:

“Segundo folha impressa, apensada ao Armorial Brasiliense de Luís Aleixo Boulanger, datada de 2 de Abril de 1860, eram os seguintes os preços então cobrados:”

Requerimento a S.M. O Imperador e passos a respeito: 30$000

Pergaminho (para álbum de quatro folhas): 32$000

Carta de Nobreza e Fidalguia:
Caracteres dourados: 180$000
Cópia das armas para a Secretaria do Império: 25$000
Dito, para o arquivo: 25$000
Composição de Armas Novas, conforme os preceitos da ciência: 25$000
Heráldica: 25$000
Encadernação em veudo: 50$000

Despesas Fixas:
Escrevente do Cartório da Nobreza: 40$000
Despacho à Secretaria do Império: 10$000
Emolumentos do Escrivão da Nobreza e Fidalguia: 50$000
Ditos do Rei de Armas: 50$000
Para Direitos no Tesouro: 20$000
Selo da Carta de Nobreza: 30$000

O total, para uma certificação completa, seria, portanto, de 592$000. Em baixo, sob uma linha à guisa supostamente de soma, aparece a importância de 366$000. A diferença pode se referir a custos relativos à carta, possivelmente às letras douradas e à encadernação em veludo, que somadas custariam 230 mil réis. Na Biblioteca do Heráldica Brasil, por exemplo, encontra-se a Carta de Brasão da Baronesa de Sertório, que possui uma capa aveludada, mas não possui letras douradas para além do nome do Imperador. Baseado nestas informações, parece correto afirmar que Boulanger oferecia cartas de brasão mais ou menos elaboradas para os solicitantes.

Uma cópia do Brasão da Baronesa de Sertório, concedido por Luís Aleixo Boulanger, está na Biblioteca do Heráldica Brasil.

Ainda assim, não era nada barato, afinal quem queria um brasão tinha de pagar todos os custos necessários. Fernandes (id.) nos conta, por fim, que dos 986 titulados no Império, apenas 239 tiveram brasões registrados.

Referências

FERNANDES, Anibal de Almeida. Estudo comparativo entre quatro fortunas do Império Brasileiro na década de 1860. 2011. Disponível em: https://www.genealogiahistoria.com.br/index_historia.asp?categoria=4&categoria2=4&subcategoria=56. Acesso em: 5 jun. 2022.

LOBO, Eulalia Maria Lahmeyer et al. Volução dos preços e do padrão de vida no Rio de Janeiro, 1820-1930 – resultados preliminares. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 25, n. 4, p. 235-266, 01 out. 1971. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/view/67. Acesso em: 05 jun. 2022.

Pedro Moniz de Aragão (org.). Catálogo da Exposição de Modelos de Brasões e de Cartas de Nobreza e Fidalguia: colônia – reino unido – império. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1965.

5 livros grátis para aprender sobre Heráldica

Um bom livro é o melhor amigo que se pode ter, diz-se por aí. E se você quer aprender heráldica, não há outra forma tão boa quanto cercar-se de livros sobre o tema. Dizem alguns que a Heráldica é uma ciência morta, que seus desenhos estão ultrapassados e que seus princípios são coisa de gente velha. O que é, seguramente, uma bobagem.

Se fosse assim, não teríamos o College of Arms Britânico contratando novos passavantes anualmente. Não teríamos personalidades, cidades e outras pessoas físicas e coletivas assumindo armas. Não teríamos livros sendo lançados, e com certeza não teríamos páginas de Instagram e grupos de Discord, verdadeiras mecas digitais do público jovem, destinados à Heráldica.

Por isso existimos nós, os aficionados, catalogando e trazendo a público livros de heráldica. Por vezes, pinçando em sebos ou em arquivos digitais. Estes últimos, fazem menos danos ao nosso sistema respiratório. E é graças a estes, em sua maioria, que podemos compartilhar cinco dos melhores livros para aprender sobre a matéria.

Em tempo: Os livros que compartilhamos estão disponíveis legalmente na internet. Há inúmeros métodos de conseguir livros protegidos por direitos de autor, aí pelos torrents, trackers e fóruns da vida. Porém, por mais que este blog seja ávido defensor da cultura livre, respeitamos os direitos de autor e não compartilhamos pirataria de nenhum tipo. Assim, evitamos de sofrer represálias ou outros problemas jurídicos. Vida de pesquisador no Brasil não é nada fácil, não vamos piorar as coisas…

Sem mais delongas, vamos à seleção:

Introdução ao Estudo da Heráldica, do Marquês de Abrantes

A melhor obra introdutória sobre Heráldica disponível em Língua Portuguesa, escrita por D. Luiz Gonzaga de Lancastre e Távora, Marquês de Abrantes na Nobreza de Portugal.

Pessoalmente, gosto tanto deste livro que imprimi uma cópia física para mim. A edição é de 1992, e foi disponibilizada pelo Instituto Camões. A perfeita contextualização histórica do autor Marquês garante, de fato, uma leitura de altíssimo nível. Clique na capa do livro para baixar.

Princípios de Heráldica, de Vera Lúcia Bottrel Tostes

Tenho meus dois pezinhos atrás com Tostes, que se posicionou como herdeira do trabalho de Gustavo Barroso pela Heráldica Nacional, mas preciso dar o braço a torcer por seu trabalho. Apesar de alguns erros, que eu desconfio que procedem de transcrições malfeitas, e algumas informações desencontradas, o trabalho da autora carioca é bem ilustrado e segue sendo uma introdução valiosa para quem está começando!

Assim como o trabalho de Abrantes, este livro ainda não está em Domínio Público, e edições do original de 1983 estão a venda em sebos online, como a Estante Virtual. Felizmente para nós, o próprio Museu Histórico Nacional, onde Tostes foi diretora, disponibiliza acesso ao livro gratuitamente. Clique na capa do livro para acessar.

 

Archivo Nobiliarchico Brasileiro, dos barões de Vasconcelos

Nesta obra rara, datada de 100 anos atrás, portanto já em Domínio Público, duas gerações dos barões de Vasconcelos coletam a Nobreza Imperial. A obra foi editada em Lausanne e tem brasões desenhados po Fernand Junot.

Um dia, no futuro, quando eu não tiver mais nenhum trabalho ou universidade tomando o meu tempo, penso em preparar uma edição renovada e ampliada com outros brasões posteriormente descobertos em outros arquivos.

Enquanto isto não acontece, ficamos com a edição original, disponibilizada pela Biblioteca Digital Luso-Brasileira, uma iniciativa da Biblioteca Nacional. Clique na capa do livro para acessar.

English Heraldry with nearly five hundred illustrations, de Charles Boutell

Boutell é o livro básico da Heráldica Inglesa. Sua leitura é, até os dias de hoje, essencial. Ele é útil para aprender formas e conceitos inerentes à Heráldica das terras da Rainha. Foi com este livro que eu estudei para o meu exame de acesso ao nível de Associate Fellow da International Association of Amateur Heralds.

Para evitarmos problemas com o pessoal das editoras, a edição que estamos compartilhando aqui é a de 1908, revisada por Arthur Charles Fox-Davies. Esat é uma edição da Universidade da Califórnia, para livre acesso e download, disponibilizada pelo The Internet Archive. Mas visitando o site do próprio Internet Archive, é possível “emprestar” edições mais recentes, revisadas por John Philip Brooke-Little, um admirador do trabalho de Fox-Davies.

Clique na capa do livro para acessar a edição de 1908. Clique aqui para a edição de 1978, que requer, porém, uma conta no Internet Archive para um empréstimo temporário.

Tratado de Heráldica y Blasón, de Francisco Piferrer

Um dos grandes volumes da Heráldica Espanhola, até hoje citado por especialistas no assunto. É o mais antigo de todos nesta lista, tendo sido lançado em 1853, portanto há quase 170 anos. Ainda assim, é uma excelente cartilha para quem curte o idioma de Cervantes.

Ainda que a digitalização, disponibilizada pela Universidade da Califórnia através do Google Books, não ser a mais gentil com as ilustrações de José Asensio y Torres, este segue como o meu livro favorito de Heráldica Espanhola, por sua leitura bem fácil. Pode ser lido online, baixado ou até mesmo pelo celular, através do aplicativo Google Books. Clique na capa do livro para acessar.

Uma última dica

Um bom livro é o melhor amigo que se pode ter, diz-se por aí. Se você der uma pesquisada nesses links aí, vai conseguir encontrar livros tão bons quanto esses. Desejo bons estudos de Heráldica, e até o próximo post!

Um esclarecimento

Brasão HB assinatura esclarecimento

 

Para esclarecimento:

Chegou ao meu conhecimento que perfil no Instagram do Heráldica Brasil (@heraldicabrasil) foi marcado, na tarde de ontem, em um story de um perfil de um Deputado Estadual de São Paulo. No entanto, gostaríamos de esclarecer que essa publicação é um engano, e pior ainda, um péssimo engano.

Infelizmente (ou felizmente) ontem eu estava envolvido em outros assuntos e não pude fazer a minha ocasional visita àquela rede social. Eis que, enquanto o nosso perfil foi marcado, o que consta do perfil do dito deputado é que o mesmo esteve presente a um encontro “daquela” associação de medalhados.

Sim, aquele grupo de nome extenso e estatuto ainda mais extenso. Aquela “sociedade” que de heráldica não tem nada, e que já foi citada por este blog uma vez. Se as senhoras e senhores são leitores deste humilde blog, sabem a que me refiro. Se não sabem, sigam os links, é uma leitura até bem divertida.

Portanto, foi apenas isso mesmo. Um lapso, e não de nossa parte. Reiteramos o esclarecimento de que não temos e nem queremos ter nenhum contato com essa instituição. Afinal, não duvido que até para isso ela nos cobraria.

Por favor não nos misturem com esse tipo de gente. Se ganhamos algum seguidor com o story deste deputado, que eles possam ao menos entender a verdade dos fatos e separar o joio do trigo, os que se dedicam à heráldica e os que apenas se servem dela para encher os seus egos e os seus bolsos.

Sem mais, agradecido pela atenção.

John Rafael
Administrador.

Revista do IPGH 20

Mais um volume da Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica saiu recentemente. Desta vez, como membro correspondente, recebi uma cópia, que chegou às minhas mãos hoje cedo. Rapidamente, antes mesmo de publicar aqui, já fiz publicidade no grupo Heráldica Brasil, lá no Facebook. Ainda há exemplares à venda. Se estiverem interessados em adquirir uma cópia, podem entrar em contato com a Diretoria do IPGH através do grupo do Instituto no Facebook.

Revista IPGH 20

Este ano a faculdade não me deixou tempo para a publicação, porém na edição 21 quero ter artigos publicados novamente.

Além da versão impressa, o amigo e atual presidente do IPGH, Teldson Douetts Sarmento, publicou também a versão online, a qual disponibilizamos também aqui em primeiríssima mão, com sua anuência. Aproveitem a leitura:

Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica, 20

Igualmente, esta edição também já adicionamos à nossa Biblioteca, onde vai fazer companhia a vários outras edições da Revista do IPGH. Então, para ter acesso a todas elas e a mais algumas publicações heráldicas selecionadas, basta clicar neste link e conhecer a nossa biblioteca!

Galeria de Brasões do Arquivo Nacional

A Galeria de Brasões do Arquivo Nacional está disponível no Flickr, um site de hospedagem de imagens.

Eu não tenho notícia se o Museu Nacional tinha muitas obras heráldicas, porque infelizmente não moro no Rio de Janeiro. Mas a perda do Museu para um trágico incêndio, no mês passado, me fez questionar ainda mais a validade do nosso sistema de arquivos atual, a forma com que arquivamos as coisas.

O que fazer com estes arquivos?

Papel é algo inflamabilíssimo, e deve ser tratado com muito mais cuidado do que os excelentes governantes da nossa querida pátria de 1889 para cá, que tanto se preocupam com a nossa história (e sim, estou sendo completamente irônico) o dispensam. Como ainda não tenho condições de manter um arquivo físico, tenho expandido a nossa Biblioteca sempre que possível, e para hoje, trouxe um conteúdo novo.

O Arquivo Nacional do Brasil disponibilizou recentemente, em sua página no Flickr,  algumas imagens de brasões de seu acervo, dos períodos Colonial e Imperial. Para garantir que isto não seja perdido, caso alguma mudança política venha a afetar o acervo do Arquivo, resolvi fazer, neste humilde pasquim heráldico, uma réplica de tal galeria.

Confiram as imagens da galeria disponibilizadas abaixo.

Brasões do Arquivo Nacional

Com informações da página da International Order Knights of Thunderbolt, uma incomum confraria que apareceu pelo meu feed do Facebook, recentemente.

 

Errata: Eu havia escrito Museu Histórico Nacional. Alertado pelo grande Renato Moreira Gomes, corrijo-me pois, informando que o MHN está “bem”. Quem queimou foi o Museu Nacional.

Sociedade Brasileira de Heráldica, dois anos depois

Algumas vezes, ser heraldista é como cutucar o vespeiro de egos que são alguns grupos de pseudo-entendidos na nossa sociedade. Mas eu me aventuro. Eu faço. Eu me empenho um bocado pra ver alguma evolução. O Heráldica Brasil é minha forma de ensinar. Aliás, de tentar ensinar o que é tão difícil de aprender, e por certas vezes ainda me deixa confuso.

Mas dá trabalho, e dá trabalho especialmente porque heraldistas e pseudo-heraldistas tem um pouquinho de megalomania, de delírios de grandeza. Deve ser o sonho de ser Rei-de-Armas, ou algo assim. Há pouco mais de dois anos, escrevi uma publicação sobre a Sociedade Brasileira de Heráldica, uma pretensiosa associação brasileira.

Recentemente, no rescaldo que a discussão sobre a nobreza fake da internet, que eu falei no meu último post, voltei a pesquisar sobre como andam os seguidores desta associação… E não há mesmo nenhuma novidade. Pensei que depois desse tempo, o senhor presidente teria caído na real… Mas não. Eu não queria, mas o jeito vai ser eu apenas repetir a publicação de 2016 aqui, para assim mantê-los informados de que não mudou muita coisa por lá.


A Sociedade Heráldica Brasileira, em 4 de julho de 2016

Parece que apresentar as organizações heráldicas brasileiras tornou-se uma espécie de série deste blog. Depois do Colégio de Armas e Consulta Heráldica do Brasil e do posterior mas não sucessor, o Supremo Tribunal de Armas e Consulta Heráldica do Brasil. No post de hoje, a instituição é a Sociedade Brasileira de Heráldica, nome fantasia da Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística, Ecológica, Medalhística,Cultural, Beneficente e Educacional, que em minha humilde opinião, é a sociedade heráldica mais confusa que existe.

O que tem na página deles

Para começar, a sociedade só possui UM artigo sobre heráldica. E surpreendentemente é um artigo decente, apesar de pequeno. Detalha uma adequação heráldica das armas da cidade de São Paulo aos termos da Heráldica de domínio Portuguesa, assimilada pelos municípios brasileiros. E para por aí. Ainda na mesma página, quando sugere-se que o leitor conheça mais de heráldica, o link direciona-o para a Wikipédia, que num parêntese pessoal, não parece ser a melhor forma de aprender heráldica para o iniciante.

Prosseguindo pela visita ao site, não encontrei nenhum outro estudo sobre heráldica ou quaisquer ciências similares. O único brasão para além do que é abordado no artigo é o da própria sociedade,que é esquartelado de verde e ouro.

Armas da Sociedade Brasileira de Heráldica.

E aí acaba a presença heraldista visível desta instituição. Como eu sou um cara meio impulsivo quando o assunto é heráldica, dei a minha avaliação sobre esta instituição na página desta entidade no facebook. Não façam o mesmo, amiguinhos, eu acho até que peguei um pouco pesado, agora que releio.

A minha avaliação sobre a instituição rendeu, no fim das  uma mensagem do presidente desta organização, o senhor Galdino Cocchiaro. Foi a segunda pessoa que se aproximou de mim sobre o assunto da heráldica de domínio recentemente. Um senhor extremamente educado, pelos meus cálculos na casa de setenta anos, como a maioria dos heraldistas de mais idade. Fez a gentileza de me enviar o Estatuto da Organização.

ESTATUTO SOCIAL CONSOLIDADO – COMPLETO- MONARQUIA[850]

E foi com incrível tristeza que eu li que estava entre os propósitos da organização “Pugnar pela paz mundial”, contudo não havia nenhum “Promover e criar conteúdo para ensinar sobre brasões às gerações futuras”.


O que mudou em dois anos?

Nada. Lamentavelmente nada. A instituição segue oferecendo medalhas a torto e a direito, praticamente uma Ordem da Zabumba Inconclusa, contudo, agora deram um salto internacional, passando a oferecer medalhas também em Portugal. De heráldico mesmo… Nada. Nem mesmo compartilham os desenhos das honrarias, que já seria ao menos um início para que houvesse algo de heráldico ali. Em resumo, decepcionante. 

Além disso, depois que o presidente me disse que eu era uma esperança para a pátria, cerrou completamente as comunicações, não me respondenso por longos dois anos, e ao fazê-lo, em vez de mandar algo relativo à ciência heroica, mandou uma imagem voltada a política, de um grupo de políticos caindo de uma ponte.

Entretanto… estamos abertos ao diálogo!

Aqui ouve-se todo mundo. Portanto, se você faz parte desta Sociedade, entre em contato para apresentar algo! E se tem qualquer notícia de algum trabalho dessa associação em prol da Heráldica Brasileira, entre em contato! Eu ficarei certamente muito feliz de publicar algo sobre esta associação, desde que de fato tenha a ver com heráldica. Façam valer mais essa mexida no vespeiro dos egos.

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