Feliz ano novo a todas e todos nossos improváveis seguidores! Que seja um 2024 cheio de bons tempos e surpresas felizes. E falando em surpresa, a rainha Margrethe II da Dinamarca, pegou o mundo de surpresa com o anúncio de sua abdicação na noite de ontem. Eu mesmo só fiquei sabendo agora de manhã, enquanto lia as notícias.
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Monograma da Rainha Margrethe II da Dinamarca. Fonte: Kongehuset.
Sua Majestade terá reinado sobre a Dinamarca por 52 anos em 14 de Janeiro, quando finalmente irá se retirar para a aposentadoria. Aos oitenta e dois anos, decidiu deixar o trono após ponderar sobre sua saúde. Tendo feito uma cirurgia nas costas, em fevereiro passado, a rainha passou a ponderar a abdicação.
O legado da Rainha Artista
Em 14 de Janeiro, a Rainha Margrethe terá reinado sobre a Dinamarca por 52 anos, e é reconhecida por ter sutilmente modernizado a monarquia dinamarquesa desde o início do seu reinado. Nas palavras de Lars Hovebakke Sorensen, historiador dinamarquês, à AFP, Margrethe foi “uma rainha que uniu a nação dinamarquesa em um tempo de grandes mudanças: globalização, o aparecimento de um estado multicultural, crises econômicas nos anos 1970 e 1980, de novo de 2008 a 2015, e a pandemia. A base de sua popularidade é que a rainha é absolutamente não-política”.
A rainha é conhecida por ser uma amante das artes e da literatura. Pintora, ilustradora, estilista e cenógrafa, a rainha tem obras em museus e galerias no país e no exterior. O início de seu reinado, em 1972, foi marcado, inclusive, por uma revisão nas armas reais. De acordo com a página da casa real dinamarquesa, a mudança partiu do desejo da própria de não manter alguns títulos que seus predecessores tinham usado.
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As Armas de Sua Majestade, a Rainha Margrethe da Dinamarca. Fonte: Kongehuset.
Façamos uma comparação com um desenho anterior. A imagem abaixo é de 1928, do Die Wappen Aller Souveranen Lander der Erde, livro com armas nacionais de noventa e cinco anos atrás. A edição na nossa biblioteca é uma cortesia do Ralf Hartemink, do Heraldry of the World.
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Armas Reais da Dinamarca em 1928. Fonte: Die Wappen Aller Souveranen Lander der Erde, Verlag Moritz Ruhl, 1928.
As revisões heráldicas de Margrethe
O primeiro e o segundo quarteis não tiveram mudanças. O primeiro representa as armas do próprio Reino da Dinamarca, enquanto o segundo representa a Jutlândia do Sul, como é conhecida a parte dinamarquesa do Ducado de Schleswig, cujas armas foram mantidas em separado em consideração à região “cuja história difere grandemente do resto do país”.
A mudança ocorre, principalmente, no escudete. Ele é limitado às armas ancestrais de Oldenburg, a dinastia da qual a rainha descende: De ouro, duas faixas de vermelho, descartando as armas e os títulos da dinastia em terras alemãs: Holstein, Stormarn, Dithmarsch, Lauenburg e Delmenhorst.
Do último quartel, saíram as armas atribuídas aos títulos de Rei dos Vendos e Rei dos Godos, dando lugar às próprias armas dinamarquesas mais uma vez, como aparecem no primeiro quartel.
Em comparação com a versão mais antiga, mas não por ocasião da ascensão de Margrethe ao trono, há ainda mais uma diferença no terceiro quartel. Em 1944, já haviam sido retiradas as armas atribuídas à Islândia: De azul, um falcão de prata, do terceiro quartel, por ocasião da independência islandesa. As demais armas, representando a União de Kalmar, a Groenlândia e as Ilhas Faroe, permaneceram inalteradas, como um terciado.
Já agora, com uma nova coroação, será que veremos uma nova revisão com o novo rei, Frederik X? Não duvido, com tantas novidades!
Com informações da Kongehuset, BBC e France 24.